O Epaminondas sentiu que tava perdendo a Zefa. Ele nem sabia se era verdade (e não era!), mas a insegurança que sentia desde menino, quando levou um fora da primeira namoradinha, botou isso na cabeça dele. E daí o Epaminondas sentiu que tinha que fazer alguma coisa – e rápido! Então grudou na Zefa pra sondar o que ela tava fazendo naquela-hora-e-naquele lugar-e-com-quem.
“Tô no curso de inglês, Epa. Você já sabe disso há três meses!”
A Zefa adorava o Epaminondas, mas isso a deixou muito irritada, óbvio.
Aí o Epaminondas mudou a estratégia (mas não a intenção!) e se esforçou pra ser mais carinhoso. Também não deu certo porque a Zefa percebeu que era uma manobra do Epa. E se irritou mais ainda.
Então ele optou pelo afastamento estratégico e sumiu do planeta por uma semana (só pra Zefa, claro!) pra ver se fazia falta, se ela sentia saudade – nem mensagem do Whats ele respondeu.
E adivinha?
Sim, a Zefa ficou completamente furiosa e terminou o relacionamento dizendo que o Epaminondas não passava de um menininho de 5 anos e que fosse crescer na vida, PQP!
Por que o Epaminondas fez tanta presepada?
Porque ele, como todos nós, cresceu ouvindo que pra conseguir o que queremos, só se esforçando muito. Só que essa é parte da verdade. Ninguém nos ensina duas lições fundamentais: 1) pra conseguir certas coisas o jeito certo conta mais que o esforço e 2) o jeito certo às vezes é não fazer nada, é não interferir no curso natural das coisas.
E, no caso do Epa, era a segunda lição: continuar sendo quem ele era. Só?! Pois é… o relacionamento deles era bom e a Zefa estava feliz com ele – e ele com ela.
Mas a insegurança chegou dando conselhos estapafúrdios e deu nisso. E o Epa? Ficou arrasado com o fim do relacionamento. A única coisa que ele repetia pra si mesmo era:
“Eu sabia que tava perdendo a Zefa, eu sabia!”