A Tina e o Asdrúbal eram grandes amigos, de anos. Um dia, meio surpreendidos, os dois descobriram que havia mais que amizade rolando e começaram a namorar. E entraram cheiros, beijos e intimidade. O Asdrúbal tava feliz, a Tina também.
E decidiram morar juntos. Desdobramento natural da relação, né?
Passados poucos meses, esse cenário tão bonito virou outra coisa – e começou a fazer mal pros dois.
Quando eles foram morar juntos, a Tina amava ioga ao ar livre, dança do ventre, caminhadas na natureza. Asdrúbal era o cara das aventuras, adorava andar de moto, viajar nos finais de semana – Tina era fascinada por esse lado dele, que também era o dela.
Tinha tudo, tudo mesmo, pra dar certo.
Só que justamente por eles se darem tão bem, confiarem tanto um no outro, as sombras de cada um (nosso lado escondido) ficaram à vontade pra também aparecer nesse ambiente seguro que era a relação dos dois.
Quando ela ficava irritada com a mãe descontava em quem? Nele.
Quando ele tinha problemas no trabalho descontava em quem? Nela.
Mas eles não sabiam que coisas assim, além de injustas, azedavam o dia, a noite, o mês, o ano um do outro. O Asdrúbal passou a ficar com cara de c*. A Tina também.
É o efeito quatro-paredes, que detona muitos relacionamentos legais de pessoas legais – que nem percebem as consequências do que estão fazendo.
Nem se culpe. Isso acontece com todo mundo, é normal… mas não devia estar aí.
E daí, faz o quê?!
1) Perceba quando a energia da chatice ou da injustiça tomar conta de você (você vai sentir uma onda de negatividade ou aceleração mental).
2) No fundo o que cada um tá querendo é colo – então saiba como pedir colo ao invés de atropelar a pessoa feito um tanque de guerr@.
3) Quando não conseguir fazer isso antes, pelo menos reconheça o erro e peça desculpas depois.
Só pra lembrar: o que uniu vocês foi o amor. E é a prática do amor no dia a dia e no cuidado com as palavras que vai manter a relação. Sem essa prática o amor não passa de teoria.
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